falésia de verdade




É TARDE...

tiro da algibeira o lápis, da sacola o papel e da cabeça a imaginação, cheia de ideias e letras saltitantes..que não param e se atravessam no meu caminho como que dizendo que sentem vontade de falar... Hoje decidi escrever a Verdade.
A verdade que sempre escondemos e sempre queremos alcançar. a verdade que sempre vivemos, e sempre desejamos albergar. A falésia que se nos atravessa à frente, cheia de desejos, sonhos, vontades,ideias.
Um perfume de vida que há em ti, na falésia da tua verdade pessoal, no nevoeiro que sentes com o prazer de estares vivo, tal a sua inexplicável côr.
O que é a verdade? O que é a tua verdade? Sentas-te ao meu lado, curioso(a), procurando observar o interesse por detrás destas ideias malucas.. "são só ideias", dizes tu. "são os teus 5 sentidos", digo eu. "É o amor", dizes tu, "É o nevoeiro", digo eu...
Amor! Acertaste! A falésia da verdade. Que te aproxima e te distância. Que arde sem se ver. Que magoa e dá carinho. Que corre estando quieta. Silencia, fascinando!... Aquela verdade que te entrega ao que sempre desejaste desde que sabes quem és, aquela conversa que de vés em vés tens de ti para ti, aquela loucura que experimentas, em secreto, mas depois guardas, escondes, como que de algo de errado se tratasse."nevoeiro..", sussuras, o nevoeiro que vais descobrindo, brincando, explorando, maximizando, sentindo....todos os dias.. a verdade que em ti constróis. O que há mais de verdadeiro em ti.
Perdes-te mais uma vez na solidão feliz de um bando à beira-rio, sentes a passagem amena do nevoeiro por ti e de sem perceberes porquê, lanças uma pedra cair na água, vendo as suas ondas flutuarem por entre aquele líquido perfeito que te dá vida.
É quando entendes então que te deixei só, e então me dás razão: aquilo que vês é nevoeiro, flocos de nuvem fresca que te exacerbam o ser e tranquilizam a alma...
Húmido.
Quente.
Nevoeiro.
Uma falésia de emoções.

xxx

Comments

Anonymous said…
Espero que este comentário apareça aí, acho que não mandei o outro... LOL
Mas vou repetir o que tinha dito: está um texto inspiradíssimo em que a única coisinha que mudaria (perdoa-me o preciosismo) é o acento circunflexo em "côr" (não acredito que tenha acentos! LOL). O resto está muito bom, parabéns! Gostava de saber o que aconteceu para tal inspiração tomar conta de ti... ;P
Tens de passar a colaborar na Pharmacevtica! Informa-te sobre isso!

Inês***

PS- Também gosto muito da música que escolheste*
Anonymous said…
Gostei imenso. Não vou comentar o teor do texto porque creio que apenas a pessoa que o escreveu saberá como o fazer (melhor do que eu, com certeza), especialmente não estando eu aparte do que se passa.

«É quando entendes então que te deixei só, e então me dás razão: aquilo que vês é nevoeiro, flocos de nuvem fresca que te exacerbam o ser e tranquilizam a alma... » - Gosto especialmente desta parte. E no fundo é tudo aquilo que sobra quando alguém te deixa (isto claro se gostares a fundo dessa pessoa): um nevoeiro de algo que antes existiu. E, tal como a lenda, continuas sempre a esperar que desse nevoeiro venha o 'D. Sebastião' que te trará a salvação.

Gostei bastante Anita. Apenas, tal como te disse, limitava o uso de reticências. Odeio essas pequenas!


PS: Respondendo à Inês - 'Sei de cor a côr do teu rosto'. Pegando nesta frase podes identificar duas palavras homógrafas: cor e côr. A primeira aplica-se quando queres realçar que sabes TUDO sobre algo. A segundo (côr) é, bem, aquilo que já sabemos. Assim sendo, côr leva acento circunflexo, sim.
Anonymous said…
Pois, eu sempre escrevi "cor" sem qualquer acento, independentemente o contexto em que uso a palavra. Aliás, "cor" não é a única palavra que pode ter diferentes significados numa frase, sem no entanto apresentar qualquer diferença na acentuação (a nível gráfico digo). "Fora" tanto pode ser verbo como advérbio, se não estou em erro (só numa frase os podias distinguir).

Claro que as regras gramaticais estão constantemente a ser actualizadas, portanto não me admirava se estivesse enganada. Se assim for pelo menos não repito o erro! Lol
De qualquer modo, não é uma palavra que tira qualquer valor ao texto que, como já disse, gostei muito. Continua a escrever Anita*
Anonymous said…
«É quando entendes então que te deixei só, e então me dás razão: aquilo que vês é nevoeiro, flocos de nuvem fresca que te exacerbam o ser e tranquilizam a alma... »

Autobiográfico?

Beijo

Guilherme
Anonymous said…
Não conhecia este teu lado, mas gostei do que li.Continua a escrever, que eu continuarei a passar por aqui para ler os teus textos.

Popular posts from this blog

Heaven..Sky is the limit..

"QUERO ouvir" (inspiração...)

FELIZ NATAL