Pingos de felicidade

Quantas vezes cairá a chuva de noite? Quantas vezes a ouvirei cair? Quando ouvirei o chorar de uma Natureza Morta, pronta para sacrificar mais um ciclo de sua existência com a presença de mais um Inverno?
Agora é Outono. Mas chove. Chove de tal modo que as árvores bamboleiam de um lado para o outro, sem rumo definido. Sem direcção. Questiono-me se, por vezes, se a minha vida também não é assim... Temos avanços, é claro, temos recuos, é certo. Mas aquilo que todos procuramos é aquele "licor inebriante", que faz com que dele dependamos! Que formigas trabalhoras somos nós, incansáveis procuradoras de um sentimento de regozijo, que percorra, nem por um segundo, a nossa alma... Tu, felicidade! Sim, tu... Procuro-te, fugidia... Procuro-te, veneno malvado, que tanto curas como destróis, quando sem ti vivemos, quando sem ti nos encontramos, quando sem ti sobrevivemos!! Que alma imaterializada és tu, para seres tão venerada! Que importância tens? Nada és, mas continuas a ser procurada por milhões.
Hoje percebi que a tua existência é não mais que um sonho que nos leva a viver intensamente aquela vida irreal, que nos projecta para um mundo fictício no qual vivemos, tal como quando nos encontramos em vigília. Hoje, algumas dúvidas tive, outras solucionei. A chuva mostrou-me que o arco-íris das ideias, nos pode traze-te para ao pé de cada um de nós! Assim, ideal envenado de sonhos pueris, és acalentada por uns quantos pingos de água, refrescantes, os quais me disseram hoje ao ouvido, enquanto tentava dormir na minha cama, que tu és alcançável. Que podes andar de mãos dadas com cada um de nós!

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